Em março deste ano, a RNEST atingiu 130 mil barris por dia com o ramp-up do Trem 1. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil.
Tenenge e Possebon lideram os dois primeiros lotes divulgados. Projeto da RNEST prevê R$ 8,4 bilhões em contratos e até 30 mil empregos.
A Petrobras divulgou nesta segunda-feira (5) as primeiras propostas comerciais referentes à licitação bilionária para ativação do Trem 2 da Refinaria Abreu e Lima (RNEST), em Ipojuca, Pernambuco. O processo integra um pacote de sete editais com orçamento total superior a R$ 8,4 bilhões. De acordo com informações obtidas pelo Petronotícias, as empresas Tenenge e Possebon lideraram as disputas nos lotes E e G, cujos resultados inauguram a etapa decisiva do certame.
Na indústria de refino, “trem” é o conjunto de unidades integradas que processam petróleo bruto e transformam em derivados como diesel, gasolina e GLP. O Trem 1 da RNEST entrou em operação em 2023. O Trem 2, agora em fase de contratação, dobrará a capacidade da refinaria até 2029, elevando a produção para 260 mil barris por dia.
No Lote E, que inclui a construção da unidade de hidrotratamento de nafta (U-2230) e de uma subestação elétrica, a Tenenge apresentou a proposta mais competitiva, no valor de R$ 832,5 milhões. A empresa superou a Construcap (R$ 837 milhões) e a LCD (R$ 880,5 milhões). O orçamento referencial da Petrobras para esse lote era de R$ 925 milhões.
Já no Lote G, referente à implantação da Unidade de Tratamento de Águas Ácidas (UTAA) e do sistema de torre de resfriamento (TR), a Possebon liderou a disputa com um lance de R$ 604,6 milhões, à frente da Tenenge (R$ 617,5 milhões) e da Conenge (R$ 654,3 milhões). As propostas ainda serão submetidas à análise técnica e à fase de habilitação, antes da adjudicação e assinatura dos contratos.
Outros lotes e próximas etapas
As propostas dos demais lotes serão conhecidas nas próximas semanas, de acordo com o cronograma oficial da Petrobras. No dia 9 de maio, será aberta a sessão referente ao Lote 1, que trata da unidade de destilação atmosférica (U-2100), com orçamento de R$ 1,03 bilhão. Em 15 de maio, será analisado o Lote 6, voltado ao sistema de manuseio de coque (U-7100), estimado em R$ 684,1 milhões. O cronograma se encerra no dia 17 de maio, com a divulgação das propostas do Lote 7, que compreende desmontagens, limpeza de canteiros e fornecimentos complementares, com valor estimado de R$ 355,6 milhões.
Após a abertura de todos os lotes, o processo seguirá para as etapas de análise técnica, habilitação das empresas e julgamento de recursos administrativos. A Petrobras prevê que os contratos com as vencedoras sejam firmados no segundo semestre de 2025.
Capacidade de refino e cronograma de expansão
A RNEST opera atualmente com capacidade de 130 mil barris por dia, o equivalente a 7% do refino da Petrobras. Em 2024, produziu 3,1 bilhões de litros de diesel S-10, o que representou 12% da produção total desse combustível pela estatal. Essa quantidade foi suficiente para abastecer cerca de 6,7 milhões de caminhões, 8,7 milhões de ônibus ou 34,2 milhões de ambulâncias.
O cronograma da refinaria indica um aumento gradual da capacidade: em dezembro de 2024, a produção foi elevada para 115 mil barris por dia com a entrada em operação do sistema SNCR/SNOX; em março de 2025, atingiu 130 mil barris por dia com o ramp-up do Trem 1; e a expectativa é que chegue a 260 mil barris por dia até 2029, com a conclusão das obras do Trem 2.
Relevância econômica e estratégica da RNEST para o Nordeste
A ampliação da RNEST é uma das prioridades da Petrobras no atual ciclo de investimentos e está integrada ao Plano Estratégico 2024–2028 e ao Novo PAC. A estatal estima a geração de até 30 mil empregos diretos e indiretos ao longo da execução do projeto, com impacto significativo sobre a economia de Pernambuco e da Região Nordeste.
FONTE: MOVIMENTO ECONÔMICO
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