Nova redução passa a valer em 6 de maio e pode aliviar a inflação dos transportes, enquanto ações da estatal despencam com queda do petróleo Brent.
A Petrobras oficializou nesta segunda-feira (5) mais uma redução no preço do diesel A vendido às distribuidoras. A partir de 6 de maio, o valor médio por litro passará de R$ 3,43 para R$ 3,27, uma queda de R$ 0,16. A decisão ocorre em meio à forte desvalorização do petróleo no mercado internacional e amplia o ciclo de reduções iniciado em dezembro de 2022.
Segundo a estatal, considerando a mistura obrigatória de 86% de diesel A e 14% de biodiesel (B100), o preço médio do diesel B — aquele vendido nos postos — terá um impacto direto de R$ 0,14 por litro, reduzindo a parcela da Petrobras para R$ 2,81.
Contexto internacional e impacto da OPEP
A medida vem em resposta à recente queda de mais de 2,5% na cotação do petróleo Brent, referência internacional usada pela estatal. A queda é atribuída à decisão da OPEP de ampliar a produção, inclusive com punições ao Cazaquistão, o que pressionou ainda mais o preço da commodity.
Com isso, o Brent passou a ser negociado a US$ 97,68, enquanto o WTI caiu para US$ 95,56. Ambas as referências estão bem abaixo do patamar de equilíbrio considerado ideal para o setor, o que pode gerar efeitos positivos na inflação global, mas pressiona as ações das empresas do setor de energia.
Reflexos na economia brasileira
A queda no preço do diesel pode ter impacto positivo no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), já que o grupo de transportes tem peso relevante na composição da inflação. Além disso, com a redução dos custos logísticos, há expectativa de que os preços de alimentos e outros produtos também recuem.
A última redução havia sido feita em 31 de março. Com a nova medida, a Petrobras acumula queda de R$ 1,22 por litro do diesel desde dezembro de 2022, o equivalente a -27,2%. Corrigido pela inflação, o recuo chega a impressionantes 34,9%.
Descompasso com o mercado internacional
De acordo com a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), mesmo após o reajuste, o diesel brasileiro ainda custava até 9% acima da paridade internacional, representando uma diferença de R$ 0,32 por litro. A gasolina, por sua vez, permanece com defasagem semelhante, mas a estatal ainda não anunciou qualquer redução no derivado.
A Petrobras, entretanto, reforça que sua política de preços atual não se baseia exclusivamente na paridade internacional, considerando também fatores internos como custos operacionais, investimentos e previsibilidade para o mercado.
Reação do mercado financeiro
A notícia veio acompanhada de forte queda nas ações da Petrobras. Por volta das 12h desta segunda-feira, os papéis PETR4 recuavam 2,60%, cotados a R$ 30, enquanto as ações PETR3 caíam 2,26%, negociadas a R$ 31,95. O movimento reflete o impacto da desvalorização do petróleo e das sinalizações de incerteza quanto à rentabilidade futura da estatal.
Além da Petrobras, todo o setor de energia operava em baixa. Ações da PRIO recuavam 1,78%, da Vibra caíam 1,97% e da Brava também apresentavam perdas. No geral, o setor registrava queda superior a 2,5% no início da tarde.
Falas da presidente da estatal
Durante evento internacional, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, destacou que a recente queda no preço do petróleo por motivos tarifários representa um problema estrutural para a companhia. Segundo ela, a empresa terá que pressionar fornecedores para reduzir custos e reforçou que a demanda é o fator mais relevante no atual cenário energético.
Ela também comentou sobre a importância da tecnologia para explorar áreas profundas e o uso de inteligência artificial para reduzir despesas operacionais. Para Magda, o futuro do setor passa necessariamente por inovação e eficiência, especialmente em um ambiente de margens pressionadas.
FONTE: O PETRÓLEO
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