Na próxima terça-feira (08), o presidente Lula deve sancionar o PL do Combustível do Futuro, que estabelece as diretrizes para o desenvolvimento de combustíveis sustentáveis no Brasil. O projeto reúne iniciativas voltadas à promoção dos biocombustíveis, com destaque para o SAF – o combustível sustentável de aviação -, além de diesel verde, do biometano, e da captura e estocagem de carbono.
Vinha sendo muito aguardado pelo setor de sucroenergético, uma vez que ampliará o mercado dos biocombustíveis já consolidados – o etanol e o biodiesel. O percentual de etanol anidro a ser adicionado na gasolina poderá chegar a 35%. Já o biodiesel ganha um prolongamento de sua rampa de adoção, de 2025 para 2030.Essa transição deve demandar investimentos da ordem de R$ 200 bilhões, de acordo com o Ministério das Minas e Energia. Além de ser preciso substituir a logística estabelecida para as fontes fósseis, haverá necessidade de investimentos em infraestrutura, manuseio e treinamento.
Também será necessário planejamento para se evitar gargalos de biomassa, matéria-prima das novas fontes energéticas. Em uma palestra recente, o diretor de Processos Industriais e Produtos da Petrobras, William França, disse que se a Petrobras fosse usar apenas soja em suas plantas de processamento, consumiria 15% de toda a produção brasileira.
A virada de chave na política dos combustíveis vai exigir ainda que se amplie a escala dos financiamentos e que se regulamente esse mercado para garantir que os investimentos possam ser feitos com segurança jurídica.
Fonte: Movimento Economico