Na semana, os preços foram influenciados por recuo abaixo do esperado nos estoques de petróleo dos Estados Unidos e por riscos de fornecimento no Oriente Médio e na Líbia

 

No cenário internacional, preços foram influenciados por recuo abaixo do esperado nos estoques de petróleo dos Estados Unidos e por riscos de fornecimento no Oriente Médio e na Líbia, além da possibilidade de redução da produção pelo Iraque.

No cenário nacional, o mercado não precificou risco nas discussões regulatórias sobre o mercado de gás natural, que inclui a redução da reinjeção e o compartilhamento de infraestruturas de escoamento e unidades de processamento da Petrobras.

O preço do barril de petróleo brent para novembro recuperou parte das perdas da semana no fechamento desta quinta (29/8). Após ultrapassar os US$ 80 na segunda (26), o barril atingiu a mínima de US$ 77,06 no dia e com alta de 1,6%, a US$ 78,82.

  • Na semana, os preços foram influenciados por recuo abaixo do esperado nos estoques de petróleo dos Estados Unidos e por riscos de fornecimento no Oriente Médio e na Líbia, além da possibilidade de redução da produção pelo Iraque.

  • O Produto Interno Bruto dos EUA apresentou resultados acima do esperado, conforme análise divulgada pelo Bureau of Economic Analysis nesta quinta. O indicador apresentou alta de 3% no segundo trimestre de 2024; a previsão anterior era de 2,8%. No primeiro trimestre, a atividade registou alta de 1,4%.

Na última sexta (23), o presidente do Federal Reserve (Banco Central Americano), Jerome Powell, disse durante a conferência econômica anual, que “chegou a hora de a política monetária se ajustar”. A fala foi interpretada como a confirmação do início de uma série de  cortes da taxa de juros americana.

O índice que mede a força do dólar contra as outras divisas (DXY) caiu após a fala de Powell, demonstrando enfraquecimento da moeda no início da semana. O dólar, porém, voltou a se valorizar, sobretudo contra o real, com uma alta de 2,5% na semana. 

Alta nas Ações da Petrobras. O mercado não precificou risco nas discussões regulatórias sobre o mercado de gás natural, que inclui a redução da reinjeção e o compartilhamento de infraestruturas de escoamento e unidades de processamento da Petrobras. Pelo contrário, as ações da companhia dispararam na semana. Tanto a ação ordinária (PETR3) quanto a preferencial (PETR4) tiveram ganhos expressivos nos últimos dias.

A alta se deve tanto à alta do petróleo quanto à revisão da recomendação de compra de ações da Petrobras pelo banco de investimento Morgan Stanley e pelo Santander.

Opinião. A questão energética incorporou-se a todas as ações que nós, como sociedade, realizamos hoje. O setor está se adaptando a esse mundo em transformação e reconfigurando a cadeia de valor. Já não se trata de, simplesmente, bombear gasolina em postos de combustível ou de acender as luzes – a energia é muito mais, escrevem Manuel Fernandes e Rodrigo Milo.

Biocarvão de coco. A Energia Pecém e a UECE assinaram na quarta (28/8) um memorando de entendimento para desenvolver biocarvão a partir de biomassa de coco. Com investimento de R$ 2,5 milhões da termelétrica, o objetivo da parceria é avaliar a queima associada entre o biocarvão e o carvão mineral para a geração de energia.

Hidrogênio de baixo carbono. O assessor internacional da Secretaria de Relações Institucionais, Danilo Zimbres, elogiou recentes avanços para a introdução do hidrogênio verde na matriz energética brasileira, mas fez alertas quanto à disputa acirrada que o país vai enfrentar no mercado internacional, durante audiência nesta quarta (28/8) na Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara dos Deputados.

  • “Não podemos e não devemos esquecer que, na competição pelo hidrogênio verde, o Brasil não está sozinho: há disputa de quem vai produzir e quem vai dominar a nova fonte energética do século 21, que vai substituir o petróleo.”, comparou.

  • Os EUA aprovaram subsídios de US$ 60 bilhões para o setor e já comercializam veículos que abastecem com hidrogênio. A China, por sua vez, construiu seis centros tecnológicos.

Gás natural. O CEO da Vibra, Ernesto Pousada, afirmou nesta quinta (29/8) que a empresa espera avançar nos próximos meses na atividade de comercialização de gás natural. O negócio faz parte da estratégia da companhia de se posicionar como uma plataforma multienergia.

  • A agência eixos apurou que, no 1º semestre, a Vibra assinou contratos de curto prazo, para aquisição de gás junto à 3R Petroleum e para venda de molécula à Samarco e Origem Energia.

  • Fora isso, a empresa tem contratos MSA para compra de gás da Petrochina, Shell Energy, Galp e 3R. 

A Pluspetrol obteve autorização do governo argentino para exportar gás natural ao Brasil, por meio da Gas Bridge, sua comercializadora no mercado brasileiro. A empresa foi autorizada a enviar até 2 milhões de m3/dia na modalidade interruptível até o fim de 2027.

  • O preço da molécula praticado pela companhia é de 8% do preço do Brent, segundo consta no pedido de autorização para exportação.

  • A Gas Bridge é a quinta empresa a obter o aval do governo argentino para trazer gás argentino para o Brasil. Além dela, estão autorizadas a Pan American Energy, a Tradener, MGás e a Matrix Energy.

Diálogos da Transição. A indústria de aviação precisa de mercados de carbono com custos confiáveis para viabilizar parte da sua transição, e o Brasil pode ter um papel decisivo neste sentido, na visão do CEO da Latam, Jerome Cadier. 

“A gente precisa pensar num mercado de carbono muito mais com custo confiável e que nos convide a participar de forma mais ativa do que é o caso hoje”, afirma.

Fonte: Eixos